quarta-feira, 11 de maio de 2011

Vigília


o sono ainda não chegou

contorço-me para parir o dia

a noite persiste mas a madrugada

traz na garganta um grito

ao primeiro raio de sol

a vigília vai se apagando

ao esvaecer das brumas

os primeiros sons da alba

um chamado ao longe


um canto              depois outro                 e outro


nos olhos exaustos de noite

a longa espera e o peso

das últimas horas vestais
 

um latido              depois outro               e outro

no claro-escuro do solar

rompe  

ao longe

a luz

ainda não chegou

o sono

rompe

ao longe

a luz

rompe

o sono

(Jan/1994)

Um comentário:

  1. Insônia mesmo! Muito bom! Já fazia um tempo que vc não postava. Abraços!

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