terça-feira, 24 de novembro de 2015

Síndrome de Drácula





na sala de estar
pálida
Fraulein  me fita
lírica


ávido

miro seu pescoço
gótico

épica
a valquíria espreita-me
gélida

cético
duvido do seu acento
bávaro

etílico
antevejo uma noitada
homérica

na  atmosfera lúgubre
a metamorfose lógica
(de súbito escondo os dentes...)

lânguido
esboço um gesto 
enfático

cai a madrugada
cálida
(bocejos)

caem os véus
de nossos corpos tépidos
no leito lúbrico

mãos sôfregas
tateiam um peito
flácido
línguas se enroscam
                                            tácitas

lá fora
a manhã desponta
trágica
(Jul/1986)

3 comentários:

  1. Olá!
    Poema surpreendente, belo, muito bem trabalhado. Amei! Posso publicar no Varal de Poesia?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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