de repente o gesto desesperado
lança-nos nas sombras
do insondável presente
este assombroso intervalo
nas dobras
entre as vértebras rotas
na vertiginosa fratura da rotina
do ato inesperado
verte o amálgama de sangue
e ossos triturados na engrenagem
da alma
que gruda o vidro da retina
à pele enrugada do mundo
assim apartados
de repente
despertamos opacos
tateando o pálido dorso da fera
translúcida
em cujo desfigurado semblante
vemos nosso rosto prefigurado(set/2014)
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